quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O FUTEBOL AMADOR PRECISA DE AJUDA


Este texto serve para nós refletirmos sobre a problemática do futebol amador de nossa região...
          Desde criança pequena que gosto de futebol. Talvez porque nesse esporte mágico, seja possível acreditar que tudo é possível. Não importa se Davi ou se Golias, ali, dentro das quatro linhas, são, e sempre serão, onze contra onze. Todos simples mortais, gladiadores de carne e osso, gente que existe, que é real. E foi na várzea, que encontrei o futebol na sua mais pura essência, com uma beleza simples e acessível.
          Talvez, tão lendária quanto uma história de Homero, a várzea seja uma espécie rara, em extinção, deixando cada vez mais de fazer parte da história do futebol. Futebol feito por gente de verdade, com problemas de verdade, praticado em situações verdadeiramente precárias, e, principalmente, honrando de verdade as cores defendidas.
          Trava-se dentro da várzea, uma batalha desleal, onde as condições econômicas são absolutamente desfavoráveis. Falta de tudo um pouco. E o pior, com o chamado “progresso”, os campos de terra batida foram perdendo espaço. Cada dia que passa, a verdadeira essência das competições amadoras vai se esvaindo. É quase impossível manter um time de futebol amador na categoria adulta: é uma tarefa realmente heroica. As equipes são deficitárias, são caras e  complicadas de administrar, assim como o ego dos principais jogadores, que mesmo não sendo profissionais, às vezes pensam como tal.
Com uma busca incansável de patrocínio, a várzea procura formas de sobreviver. Confesso que esse desafio me deixa um pouco apreensivo, mas, fazer o quê? Eu gosto.
          Ainda não dá pra dizer se a várzea sobreviverá ou não. O fato é que as equipes são montadas e desmontadas rapidamente e os garotos se vão mais rápido ainda, sem o acompanhamento necessário. A falta de recursos para desenvolver um projeto ligado ao futebol me assusta. Faltam parceiros, pessoas que queiram transformar realidades.
         Gostaria muito que esses meninos não perdessem suas origens, sua essência – a paixão que de fato os colocou nesse esporte mágico. Porque, mesmo com todas as dificuldades e as precárias condições financeiras, a várzea continua aí, escondida nos morros, nas vilas, nas beiras de estradas, mas bem perto de todos. Basta olhar, pra enxergar nos olhos dos meninos, quase sempre desnutridos, o pedido silencioso de ajuda. É importante que a sociedade perceba, o quanto antes, a necessidade de manter os campos por onde já passaram grandes maestros da bola...


Fonte: esporteamador.com.br