O futebol amador e as “peladas” são
práticas sociais bastante difundidas em nosso país, apesar desses termos
surgirem como sinônimos, estes traduzem duas práticas distintas. Vamos
apresentar aqui uma definição prévia e resumida do que seja futebol amador e de
“peladas”.
Futebol amador, muitas vezes reportado como “futebol de várzea” é um
termo bastante utilizado nacionalmente, tanto no meio urbano, quanto no meio
rural. Embora seja uma prática esportiva amadora, procura manter uma estrutura
que se espelha no futebol profissional.
No futebol amador poço-verdense, pouquíssimos times, em geral, contam com
uma diretoria, presidência, diretoria técnica – inclusive, com registro em
cartório; por aqui, poucos ou quase nenhum possuem sede, mesmo que esta seja na
casa do presidente; na maioria dos casos o presidente do time é reconhecido
como o dono da equipe.
Os diretores ou presidentes procuram os melhores jogadores, alguns em
bairros, povoados ou nas cidades circunvizinhas e estes, recebem dinheiro, de
alguns presidentes, para atuar – para os dirigentes é importante montar um time
competitivo, contando para isso com a contribuição financeira de sócios e
doações de torcedores, comerciantes do bairro ou tirada do próprio bolso.
Alguns times, num passado não tão longínquo,
possuíam torcida organizada, com charangas, gritos de guerra, hinos e uniformes
padronizados, restaram os uniformes padronizados; disputam torneios e
campeonatos organizados por ligas amadoras, por desportistas, donos de times e
pelo poder executivo - a maioria destas competições são regidas pelas regras do
Football Association, as mesmas do futebol profissional.
A “pelada” caracteriza-se principalmente pela espontaneidade na
organização dos jogos - normalmente realizados entre amigos ou vizinhos e
moradores de um mesmo bairro -, e pelas alterações nas regras do Football
Association, como, por exemplo, a quantidade de jogadores, o não uso de
material esportivo, ausência ou não de árbitros etc.
A “pelada”, assim como o futebol amador, está situada no tempo social do
não-trabalho - no meio urbano os jogos ocorrem, a qualquer hora e nos finais de
semana. Para jogar uma “pelada” três itens são indispensáveis: bola, terreno e,
claro, os jogadores. Os outros itens podem ser dispensáveis de acordo com os
recursos (ou a falta destes): uniforme, chuteiras, caneleiras, traves, redes,
árbitros, iluminação.
Com a modernidade e a exploração do
mercado habitacional, muitos campinhos de peladas desapareceram. Hoje as
cidades dispõem de locais onde é preciso alugar ou negociar um espaço para a
“pelada”, um ou mais jogadores ficam responsáveis por esta atividade e quem
organiza a “pelada”, também participa dos jogos.
Precisamos urgentemente de
políticas públicas que ofereçam mais espaços de esporte e lazer a comunidade, principalmente
nos bairros, povoados e localidades mais carentes da nossa Poço Verde. O
futebol amador (masculino e feminino), também precisam de ajuda, é preciso
discutir e encontrar soluções a curto, médio e longo prazo, para minimizar o sofrimento de quem ainda teima em manter viva essa cultura, tão necessária, principalmente nas comunidades onde o lazer é jogar futebol ou ir ao campo nas lindas tardes domingueiras do nosso município.