domingo, 21 de novembro de 2010

ÁLCOOL NO LIMITE

 Por
Caroline Buss e Fernanda Mendonça
 
     O consumo excessivo de álcool é uma grande ameaça ao bem-estar, agravando problemas sociais, contribuindo para grande parte dos acidentes de trânsito, levando a comportamentos de risco e perda de produtividade.
     Para o atleta de futebol, além disso, o álcool não faz parte de um estilo de vida compatível com o alto rendimento, pois prejudica o desempenho, já que ocasiona perda de concentração, coordenação, fadiga e desidratação.

Perigos do álcool
      Ao consumir uma bebida alcoólica, as primeiras sensações são de euforia, conversa solta. À medida que continuamos bebendo, o nível de álcool no sangue vai aumentando, afetando nosso raciocínio e julgamento, coordenação motora, controle e consciência, podendo, em situações extremas, levar ao coma e até a morte.
 
Danos em longo prazo
      O consumo regular de quantidades consideráveis de álcool prejudica o fígado, o coração e o cérebro, provocando danos permanentes a estes órgãos. O excesso de álcool também pode causar diferentes tipos de câncer.
 
Efeitos do álcool sobre o cérebro
      As células cerebrais são particularmente sensíveis à exposição excessiva ao álcool. O cérebro diminui mesmo em pessoas que bebem moderadamente. A extensão da retração é proporcional à quantidade ingerida.
     Abstinência, junto com uma boa nutrição, reverte alguma lesão cerebral, ou toda ela, se o beber em excesso não se estendeu por mais alguns anos. Contudo, beber além da capacidade de recuperar-se por períodos prolongados pode causar dano severo e irreversível à visão, memória, capacidade de aprendizado e a outras funções.
     Qualquer um que tenha tomado uma bebida alcoólica experimentou um dos efeitos físicos causados pelo álcool: aumento da produção de urina. Isso acontece porque o álcool deprime a produção de hormônio antidiurético pelo cérebro. A perda de água corporal leva à sede. O único líquido que aliviará a desidratação é a água, mas se as únicas bebidas disponíveis contiverem álcool, cada drinque pode agravar a sede. O “bebedor” inteligente, então, alterna as bebidas alcoólicas com escolhas não alcoólicas e usa as últimas para aplacar a sede.
     A água perdida durante a depressão hormonal leva com ela minerais importantes, como magnésio, potássio, cálcio e zinco, diminuindo as reservas do organismo. Esses minerais são vitais para o balanço hídrico e para a coordenação nervosa e muscular. Quando o beber acarreta perdas, os minerais devem ser repostos no dia seguinte para que as deficiências não se agravem.

O poder engordativo do álcool
      As calorias do álcool devem ser consideradas como gordura na dieta, porque no organismo ocorrem interações metabólicas entre a gordura e o álcool. O organismo ao receber gordura e álcool armazena a gordura e se livra do álcool tóxico, queimando-o como combustível. O álcool pode promover armazenamento de gordura, particularmente na área abdominal central – a “barriga de cerveja”, observada nos consumidores moderados de álcool.


 

O que é uma dose?
     As bebidas alcoólicas contêm uma grande parte de água e algumas outras substâncias, bem como o álcool etano. A dose de uma bebida varia conforme seu teor alcoólico, ou seja, a concentração de álcool. Confira:
 

 
     Essas medidas padrão podem, no entanto, não corresponder aos drinques servidos em bares. Muitos copos de vinho contêm facilmente 180 a 240 ml de vinho, por exemplo.
 
Álcool e reposição de líquidos
     O álcool exagera o efeito desidratante do exercício em um ambiente quente, age como poderoso diurético por deprimir a liberação do hormônio antidiurético pela hipófise posterior e por amortecer a resposta da arginina-vasopressina. Esses efeitos poderiam deteriorar a termorregulação durante o estresse térmico, fazendo com que o atleta corra um maior risco de lesão térmica durante o exercício. Além disso, como muitos atletas consomem bebidas que contêm álcool após o exercício e/ou a competição desportiva, uma questão seria se o álcool afeta a reidratação durante a recuperação.
     Durante um jogo de futebol, 70% da energia gasta resultam em produção de calor. Somente 30% representam a energia gasta com contração muscular. Para manter a temperatura constante, nosso organismo perde água pela sudorese. Esta perda é que determina a manutenção da temperatura corporal.
     Ao final da partida, então, o corpo apresenta menor quantidade de água do que no início da partida. Agora, se você adicionar a qualquer bebida alcoólica (a cerveja, inclusive), vai perder mais água ainda. O resultado dessa história pode ser desde um mal-estar transitório até uma complicação mais grave por alteração da funcionalidade do sistema cardiovascular.
     O álcool é culpado não somente pelas mortes por problemas de saúde, mas também pela maioria das demais mortes de pessoas jovens, incluindo acidentes de carro, quedas, suicídios, homicídios, afogamentos e outros acidentes.
     Atletas de futebol mundialmente reconhecidos já prejudicaram sua carreira e arriscaram seu patrimônio em função de hábitos antidesportivos fora dos gramados. O consumo de álcool prejudica o trabalho dos diferentes profissionais envolvidos com a preparação do atleta (nutricionista, preparador físico, psicólogo, fisiologista), pois interfere no organismo como um todo, diminuindo o rendimento no campo. A maneira mais segura de escapar dos efeitos nocivos do álcool é, evidentemente, não beber.
     Dê um pontapé no álcool e maximize o seu desempenho!

Fonte: universidadedofutebol.com.br